Sugestão de Modelo

O grande número de modelos psicoterápicos existente revela o esforço para atender à complexidade da mente humana e aos desenvolvimentos contemporâneos das ciências afins. O campo das psicoterapias está em constante mobilização na busca de teorias e ações que promovam a sustentação dos processos da mudança almejada. O que então se observa na prática clínica é que cada vez mais a interseção de modelos vem se tornando uma realidade. Este é o olhar das Psicoterapias Integrativas, nas quais a AEDP se inclui.

Desta perspectiva integrativa, esta abordagem compartilha pressupostos que vêm mantendo um diálogo dos clínicos da Psicanálise e das Psicoterapias Breves com a Neurociência Afetiva, a Teoria das Emoções, os tratamentos baseados no corpo e nas Experiências Somáticas. Alia ainda a Teoria do Apego e estudos do Desenvolvimento Infantil.

Com base nessas ciências, a AEDP propõe uma mudança de paradigma – a psicoterapia orientada pela capacidade de transformação do indivíduo: a neurobiologia, baseada na teoria da evolução, afirma que somos dotados de tendências disposicionais inatas em direção ao crescimento, expansão, aprendizado e bem-estar. Como natural decorrência, a visão da mente humana sob o foco da saúde se torna um novo e rico caminho. Na clínica, em lugar de vermos somente a doença, privilegiamos a liberação do potencial de saúde do indivíduo e de suas capacidades de auto-cura e auto-recuperação do crescimento até então impedido. Estamos interessados nos mecanismos motivacionais curativos inatos em seus aspectos psicológicos, fisiológicos e neurobiológicos. Esses mecanismos levaram a AEDP a cunhar o termo “Transformance” (transformância) – uma força que se opõe à Resistência à Mudança.

Desta forma, a AEDP a afirma que através da experiência de uma Relação Terapêutica de base segura, o paciente ativa e acessa essa força transformacional. A partir dos lugares de sofrimento, Trauma, perda, dores e suas consequências, é possível reconhecer os lugares fortes que persistiram e o levaram a viver a vida com o seu melhor.

Ao privilegiar o Apego e a Emoção – entender que a estruturação do self resulta do processo das interações afetivas entre a criança e seu cuidador e que a patologia e a saúde mental são resultado da capacidade de regular os estados afetivos – esta psicoterapia situa-se também entre aquelas denominadas Reguladoras do Afeto.

Assim, a Postura do Terapeuta da AEDP tem seus fundamentos em sua fé na humanidade e nas relações. É um terapeuta ativo na arte de guiar e de reconhecer quando e como auxiliar o paciente em sua vida emocional. Testemunha o fenômeno natural das experiências emocionais em cascata e a sensação de competência afetiva que emerge no paciente

“… celebra os mistérios da experiência humana
e se maravilha com a jornada transformacional.”
Karen Pando-Mars